A perversão é um desvio de comportamento, apontado pela psicanálise como um dos tripés das psicopatologias.
EMENTA
Curso: Psicanálise
Disciplina: Estruturas clínicas. Perversão
Objetivo Geral
Proporcionar ao aluno a compreensão do que seja perversão e como a mesma se constitui.
Objetivos Específicos
Capacitar a fim de que o aluno possa num trabalho clínico ou pedagógico, desenvolver uma abordagem que seja compatível ao sujeito perverso.
Conteúdo Programático
Os aspectos culturais e etimológicos que envolvem a temática da perversão,
A normalidade da perversão. Sexualidade infantil. Perverso-polimorfa,
Neurose e perversão. “A neurose é o negativo da perversão”
Os mecanismos básicos para a formação da perversão: Castração, recusa/denegação e divisão do Ego,
Fetiche,
A perversão nos dias atuais. Sociedade fetichista e a “ montagem da perversão”
Bibliografia Básica
FREUD, S. Os três ensaios sobre a teoria da sexualidade. Obras psicológicas completas de Sigmund Freud. vol. VII. Imago, 2006.
FREUD, S. Fetichismo. O futuro de uma ilusão e outros trabalhos. Obras psicológicas completas de Sigmund Freud. vol. XXI. Imago, 2006.
FREUD, S. ‘Uma criança é espancada’. Uma Neurose infantil e outros trabalhos. Vol XVII, Imago 2006;
NASIO, JUAN-DAVID. Édipo: Complexo do qual nenhuma criança escapa; trad. André Telles. Rio de Janeiro: Zahar, 2007;
LACAN, J . O seminário, livro 4. A relação de objeto. A função do véu. Editora Jorge Zahar,
JULIEN, P . Neurose, psicose e perversão. A leitura de Jacques Lacan. Editora companhia de Freud,
ROUDINESCO, E. A parte obscura de nós mesmos. Uma história dos perversos. Editora Zahar;
CALLIGARIS, C. Perversão - um laço social? Salvador: Cooperativa Cultural J. Lacan, 1986.
Bibliografia Recomendada
SIMANKE, Richard Theisen. A formação da teoria freudiana das psicoses, São Paulo: Edições Loyola,2009.
FOUCAULT, Michel. História da Loucura, São Paulo: Perspectiva, 1999.
JULIEN, Philippe. Psicose, perversão, neurose:a leitura de Jacques Lacan. Rio de Janeiro: Companhia de Freud,2002.
PORTER, Roy. Uma História Social da Loucura. Rio de Janeiro: Zahar, 1991.
https://br.mundopsicologos.com/artigos/o-que-e-perversao-e-quais-os-sintomas. Acesso dia 15/02/2018, as 15:15 h.
O que é perversão e quais os sintomas?
Uma das patologias estudas pela psicologia é a perversão. Você sabe o que é este transtorno? A perversão é um desvio de comportamento, apontado pela psicanálise como um dos tripés das psicopatologias, juntamente com a neurose e psicose. Popularmente, o termo é utilizado para indicar uma espécie de "depravação sexual", mas os especialistas trabalham num campo muito mais amplo.
A perversão estrutura-se sobre uma vontade de transgredir a ordem natural das coisas, de perturbar a norma social.Seria sim um fenômeno sexual, mas também social, físico, político e estrutural. Neste artigo tratamos de definir a doença e seus sintomas.
Conceitualizando a perversão
A pessoa perversa busca o prazer continuamente, tanto em seus comportamentos como em suas fantasias. Normalmente, este desvio de comportamento começa a se estruturar ainda na infância, se desenvolvendo na fase adulta.
O diagnóstico da perversão é complexo, sendo necessário considerar os sintomas, mas também experiência do paciente. Conceitualmente, pode ser dividida em dois grandes grupos: perversão social e sexual.
Além disso, segundo seu comportamento, o paciente poderá se encaixar em um destes três tipos:
exagero ou diminuição de algo: a pessoa estereotipa comportamentos, que passam a ser não só desejados, mas necessários para que haja o prazer. Um exemplo seria o uso de objetos e acessórios numa relação sexual, como vestir-se como o sexo oposto. O perverso não o faz de forma eventual, como parte de uma fantasia, mas depende dele de forma incondicional e com exagero.
inversão e dissociação: a pessoa nega a norma estabelecida e toma um "atalho" na hora de viver a sua vida. É marcadamente a ideia de desvio, e essa negação da norma é a estratégia escolhida pelo paciente para reafirmar sua força.
compromisso com a transgressão: a pessoa não está disposta a respeitar a moral, a lei e os costumes. Em seu compromisso de transgredir perverte a norma, afirmando ou negando um conjunto de costumes.
Quais são os sintomas da perversão?
Os sintomas podem variar de acordo com o paciente e, obviamente, com o tipo de perversão. Normalmente, a pessoa perversa é manipuladora, impulsiva, sedutora e se sente superior.
Mentiras e transgressão das normas fazem parte da rotina e não há sentimentos de culpa. Os perversos desejam poder e podem adotar práticas sexuais entendidas como "desvios".
A perversão não tem cura. O tratamento psicoterapêutico consiste em desarticular os sintomas, para que a pessoa perca essa sensação de gozo e prepotência. Quando o acompanhamento é efetivo, o quadro se estabiliza e se controla.
Considerações Iniciais
A palavra “perversão” deriva do verbo latino pervertere, resulta de “per” + “vertere” (quer dizer: pôr às avessas, desviar.), o que significa tornar-se perverso, desmoralizar, corromper, depravar, ou seja, designa o ato de o sujeito perturbar a ordem ou o estado natural das coisas. A perversão em si distingue-se da neurose e da psicose de acordo com sua organização e seu funcionamento. A perversão seria exatamente o resultado da falta de recalque.
A perversão é um fenômeno sexual, político, social, físico, trans-histórico, estrutural, presente em todas as sociedades humanas (ROUDINESCO, 2007).
Em psicanálise o termo perversão tornou-se um conceito para a área por volta de 1896 quando Sigmund Freud o colocou lado da psicose e da neurose. Desse modo, a perversão encontra-se em um amplo campo de estudo, tendo em vista que engloba comportamento, práticas e fantasias correlacionados à norma social.
Com base na historicidade da perversão, detém-se, inicialmente, à Medicina, que trouxe uma visão patológica que a caracterizava como “desvio”. Freud (1905) em os “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade” traz uma inovação sobre a criança enquanto sujeito sexual e a classifica enquanto possuidora de uma sexualidade perverso-polimorfa, isto é, que pode ter várias finalidades para atingir seu objetivo e que pode permanecer no adulto.
O construto da perversão percorre um caminho complexo, passando por várias etapas, de modo que existiram pré-conceitos; juízos de valor, dentre outros. A partir desse enfoque, surge uma teoria pautada em um conjunto de comportamentos psicossexuais que visam o prazer de modo contínuo, ao passo que considera a verdade ao mesmo tempo que a nega, substituindo-a pelo seu próprio desejo.
2. O Conceito de Perversão Antes e Depois de Freud
Antes de Freud estudar esse conceito, a palavra perversão era tida como algo pejorativo, doença, censura, como algo de desordem orgânica e anormal. A medicina da época tratou a perversão como uma forma de degeneração do sistema nervoso.
A sexualidade era vista somente como modo de reprodução, portanto, toda manifestação sexual que não tivesse o objetivo de reprodução, era vista como patológica, já que colocaria em risco a preservação da espécie e a procriação.
A partir de Freud (1905) em os “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade” a perversão adquire um aspecto diferente, tendo em vista que irá fazer parte da sexualidade infantil, isto é a sexualidade infantil tem caráter perverso polimorfo, isto é, possui várias formas de obtenção de prazer. Porém, a perversão infantil não deve ser confundida com a perversão do adulto, mesmo que uma seja um ponto de partida para o entendimento da outra, cada uma possui sua especificidade.
Nessa linha de pensamento, a perversão situa-se como algo inerente à condição humana. Após as idéias de Freud, ela deixa de ser vista como algo patológico, sobretudo, o que dá o caráter de patologia à perversão é a fixação objetal.
3. Estrutura Perversa
A partir dos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, Freud institui uma distinção entre as inversões e as perversões propriamente ditas. Esta diferença tem seu fundamento na plasticidade do mecanismo pulsional e em sua aptidão a se prestar a “desvios” em relação ao fim e ao objeto das pulsões. As inversões corresponderiam a desvios concernindo ao objeto da pulsão, enquanto que as perversões remeteriam a um desvio quanto ao fim (DOR, 1991).
No perverso o desejo aparece pela via da atuação, ou, dito de outro modo, o perverso age, ele encena o desejo.
Do ponto de vista freudiano, a estrutura perversa parece, então, encontrar sua origem em torno de dois pólos: de um lado, na angustia da castração; de outro, na mobilização de processos defensivos destinados a contorná-la. A este título, ele evidencia dois processos defensivos característicos da organização do funcionamento perverso: a fixação (e a regressão) e a denegação da realidade (DOR, 1991).
O perverso tem uma vivência da ordem do horror no confronto com a diferença dos sexos e nisto está a confirmação de que ele está condenado a perder o objeto do desejo (a mãe) assim como o seu pênis.
4. Perversão Sob a Ótica da Psicanálise
Historicamente, as perversões de conceitos morais foram atribuídas a perturbações de ordem psíquica, as quais dariam origem a tendências afetivas e moralmente contrárias às do ambiente social do pervertido (FOUCAULT, 1984).
Os estudos sobre perversão na psicanálise podem ser divididos em três momentos: o primeiro momento se relaciona com a publicação de “a neurose é o negativo da perversão” publicado em “Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade”; o segundo momento se refere à teoria do Complexo de Édipo, que se caracteriza o núcleo das neuroses e das perversões; no terceiro momento Freud define a recusa da castração como mecanismo essencial da perversão.
Segundo Castro (2004), “num primeiro momento de construção teórica freudiana, a expressão perversão sexual designava a qualidade aberrante da própria sexualidade”, o que, em algum nível, encontrava-se em consonância com a visão médica vigente. Vamos observar como a escuta psicanalítica do sintoma perverso foi aos poucos modificando esse entendimento até que Freud chegasse à noção de perversão como condição básica da sexualidade.
De acordo com Freud (1905), a neurose é o negativo da perversão, tendo uma estreita relação com a teoria do Complexo de Édipo, que define a recusa da castração como mecanismo essencial da perversão.
Nesta obra, Freud trata da perversão como desvio da conduta sexual que não visa a genitalidade. Assim, toda criança, ao autossatisfazer-se sexualmente, poderia ser considerada perversa. Portanto, o conceito de recusa aparece como um mecanismo normal da construção da sexualidade. Posteriormente é superado, pois a castração aceita e os desejos incestuosos, juntamente com os desejos de completude, sucumbem ao recalque na normalidade, o que difere da perversão (PFITSCHER; BRAGA, 2012).
O sujeito de estrutura perversa mantém-se, contudo, excluído do Complexo de Édipo e da alteridade, passando a satisfazer sua libido sexual consigo mesmo, sob caráter narcísico. Tal estrutura dá-se por meio de uma fixação numa pulsão parcial que escapou ao recalque, tornando-se uma fixação exclusiva. A recusa da criança, em aceitar a falta fálica da mãe, ocasiona a recusa da percepção da castração, que retorna à ideia da figura da mulher com o pênis, origem da fantasia da mulher fálica (SEQUEIRA, 2009).
O que ocorre na estrutura perversa é a castração edipiana: o perverso não aceita ser submetido às leis paternas e, em consequência, às leis e normas sociais (SEQUEIRA, 2009).
5. Considerações Finais
Portanto, o conceito de perversão esteve imbuído de preconceitos, estigmas e idéias moralistas ao longo do tempo. Com o advento da psicanálise, esse termo ganhou um novo redirecionamento, se caracterizando com um conjunto de comportamentos que buscam o prazer de modo continuado. É a partir da infância que essa estrutura se constrói e se desenvolve no mundo adulto com base na fixação do desvio quanto ao objeto do desejo. Com base nas idéias psicanalíticas o nosso objeto de interesse pode variar ao longo da vida, caracterizando uma perversão ou não.
MIRANDA, Alex Barbosa Sobreira de.Um Estudo Sobre o Conceito de Perversão.Psicologado,[S.l.]. (2013). Disponível emhttps://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/um-estudo-sobre-o-conceito-de-perversao . Acesso em18 Mai 2020.
Perversão e Estrutura
A partir de 1919, Freud começou a relacionar perversão e Édipo nos textos "Uma criança é espancada: Contribuição ao estudo da origem das perversões”, "A dissolução do complexo de Édipo”, e "A organização genital infantil: uma interpolação na teoria da sexualidade". Nesses textos, ele procura responder a questão da perversão a partir da articulação entre o complexo de Édipo e o complexo de castração, o que proporciona um avanço considerável na solidificação dos seus estudos.
No entanto, é Lacan quem inaugura uma psicanálise na qual a perversão se coloca como um paradigma estrutural, mesmo que essa noção não admita uma só interpretação, trazendo o conceito de estrutura como um “conjunto de elementos que se constituem na relação, que são exclusivamente interdependentes e que se regem por determinadas leis que fazem parte de uma constituição interna”.
Lacan remonta o complexo de Édipo como uma estrutura intersubjetiva que produz efeitos de representação nos personagens que a integram, evidenciados pela localização que cada um norteia em função do falo.
Conforme Andrade (1992), a dinâmica edipiana se desenvolve movida pela dialética do ser e do ter, segundo a qual o sujeito parte de uma posição onde ele é identificado ao falo da mãe para uma outra posição, onde ele, tendo renunciado a esta identificação pela aceitação da castração simbólica, tende a identificar-se seja àquele que é suposto ter o falo (pai), seja àquela que é suposta não o ter (mãe). Esta operação se atualiza graças a um processo de simbolização inaugural: a metáfora do Nome-do-Pai.
Essa metáfora lacaniana contextualizada em um foco cristão mostra que o Nome-do-Pai é o significante que substitui a simbolização do sujeito na presença ou ausência da mãe. Concomitante, ao analisar a obra de Freud, podemos destrinchar a participação do pai numa constituição da realidade psíquica, o que é uma encruzilhada estrutural do sujeito. Lacan então tomou como base esse legado freudiano e acrescentou o Nome-do-Pai como um elemento significante, além de agora apresentar o Falo na constituição edipiana, já que é impossível tratar-se de estrutura psíquica sem agregar a questão fálica.
De acordo com Andrade (1992), uma criança, especialmente na primeira infância, se apresenta em sua coleção de reflexos como sendo o único objeto de desejo da mãe. Logo essa criança exerce uma reciprocidade muito grande para com seus cuidados maternos. A mãe é a detentora do poder, ela é capaz de suprir todas as carências do infanto. Nesse cenário, o gozo, na maioria das vezes, é propiciado de forma natural e intensa. Ele mescla além de necessidades orgânicas, um prazer determinante em suas relações de afeto.
Por se apresentar de forma tão sobressalente, a mãe vem a ocupar o lugar do Outro simbólico na estrutura psíquica da criança, que já reconhece o poder de gozo e a onipotência da mãe. Dessa forma, o desejo da criança será então o desejo do Outro.
O Outro, aqui representado pela mãe, é o ditador desse desejo infantil, e quando a criança se percebe desse fato, além de visualizar que a mãe possui outro desejo que não mais a sua vontade, acaba entrando em grande conflito de identidade, visto que agora a figura paterna é o alvo da mãe.
É nesse tocante que se avaliam as frustrações e angústias da criança, que pode então procurar novas formas de desejo do Outro, vivenciando então a castração. O pai simbólico é um rival, e isso pode representar uma intensa perturbação no filho que precisa da mãe para resignificar seus objetos de desejo.
Andrade (1992) fala que, não obstante, se por algum contratempo esse estado de perturbação e angústia é anulado ou danificado, a dinâmica edipiana tente a se cristalizar numa forma peculiar de economia de desejo, formando assim uma estrutura perversa.
O indivíduo na perversão se fecha numa representação que não pôde atribuir um significado ao que não estava presente, ao que não identificou,e assim se impossibilita de entender a castração. E essa ineficácia traz confusão na descoberta do desejo no infanto.
Em suma, o perverso despeja na castração a resposta para a falta do pênis da mãe, e esse processo de castrar na visão da criança foi realizado pelo pai, que forçou essa união com a sua mulher (mãe) e demonstrou assim todo o seu poderio.
Fetiche e a Recusa da Perversão
No trabalho “O Fetichismo”, Freud (1927) coloca o fetiche como substituto para o pênis da mulher (mãe), sendo a recusa (Verleugnung) dessa percepção traumática o mecanismo psíquico de defesa utilizado na perversão. A mesma está presente na constituição de qualquer psiquismo, como uma forma inicial na elaboração de mecanismos de defesa do psiquismo.
De forma enfática, é durante as faltas da mãe que o falo assume a função de satisfação de desejo e o fetiche é então um substituto do pênis, um substituto fálico atribuído como símbolo pela criança à mãe. Freud apresenta o fetichismo como sendo uma espécie de modelo geral por seus elementos invariantes, sustentando-se, portanto, como uma estrutura psíquica.
Freud, segundo Valas (1990), indica que o fetiche não tem a menor necessidade de parecer com os órgãos genitais, nem com outros objetos que reproduzam a forma do pênis, representando-o. Para que a representação no objeto do fetiche seja satisfatória, é preciso que esse objeto seja próximo ou estabeleça alguma relação de proximidade com o objeto real de desejo. Como demonstra também o seu modo de surgimento, convém precisar que o fetiche não é o falo, mas o véu por trás do qual se deixa esboçar a possibilidade de sua presença oculta. É daí que se origina, além disso, o valor erótico do véu, sempre presente não apenas no exercício do fetiche, mas de todas as perversões.
Seguindo essa linha de pensamento pôde-se perceber que o fetiche não se atém ao falo propriamente dito, mas sim às angústias e frustrações vivenciadas na castração. Seria como um “véu” metaforizado por Valas (1990), o qual remonta por trás de uma estrutura edipiana um valor de cunho erótico. Assim, o “véu” funcionaria como uma barreira, algo entre o que está aparente e o que representaria através da realidade inconsciente.
Buscando facilitar a análise teórico-clínica da perversão, Freud procurou entender mais sobre os “véus” que se ocultavam na formatação psíquica do perverso. Assim, a recusa (Verleugnung)se apresentaria de forma mais detalhada como um processo de defesa e de construção do fetiche, sendo este um substituto do pênis materno, isto é, o sujeito enxerga e nega ao mesmo tempo a constatação da ausência de pênis na mãe. É a partir daí que passamos a entender a especificidade do modo de relação do perverso com a realidade. A recusa da realidade consiste na recusa em aceitar a ausência do pênis na mulher (mãe) emparelhada às frustrações e angústias do infanto ainda na ameaça dessa perda.
Na sua obra “Clivagem do ego no processo de defesa”, Freud (1940) reforça esse raciocínio trazendo de forma detalhada a concepção de que há uma clivagem intrapsíquica que permite a coexistência de duas realidades inconciliáveis que jamais se influenciam. Enquanto uma considera a realidade, a outra a nega, substituindo-a pelo seu próprio desejo. Assim, o perverso conseguiria viver uma vida aparentemente normal segundo os parâmetros da sociedade e ao mesmo tempo manter comportamentos considerados inaceitáveis segundo a norma social.
O incomum, o inesperado e o que costuma estar fora de um padrão ou de regras pré-estabelecidos pela sociedade geralmente chamam a atenção, podendo causar espanto, medo, curiosidade. A ciência, por assim dizer, tem em suas linhas de ação as tentativas de explicar esse incomum. Porém, o que é “normal” geralmente não fornece problemas à sociedade, estando integrado às leis, normas e regras, explícitas ou não. Dessa forma, o que é considerado normal dependerá da cultura e da sociedade em que se está inserido, bem como as reações e conseqüências acerca daquilo que for considerado fora desse padrão, estando aí conectada a questão da escolha sobre enfrentar ou não essas conseqüências.
Isso faz jus à classificação que Freud (1905) traz da perversão, em seu livro "Três ensaios sobre a teoria da sexualidade", em que “as perversões são ou transgressões anatômicas quanto às regiões do corpo destinadas à união sexual, ou demoras nas relações intermediárias com o objeto sexual, que normalmente seriam atravessadas com rapidez a caminho do alvo sexual final”.
Porém, esses conceitos trazem à tona duas questões que se interligam necessariamente: por um lado, a aprendizagem, os significados atribuídos ao conceito de normalidade subordinam-se àquilo que foi recebido da sociedade, da cultura, das instituições em que o indivíduo está inserido. Por outro lado, os significados se processam e se transformam a partir das ações e pensamentos do próprio indivíduo, fazendo com que este se torne aquilo que ele é, nesse caso, perverso ou não.
Em outras palavras, somos produto de nossas experiências, vivências, adquirindo um “sentido pessoal” acerca de tudo isso. Caberia a nós, portanto, a atribuição de significado daquilo que chega a nós, sendo necessário discernir e escolher as normas e o perverso para nossas vidas.
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Parafilias são fantasias ou comportamentos frequentes, intensos e sexualmente estimulantes que envolvem objetos inanimados, crianças ou adultos sem consentimento, ou o sofrimento ou humilhação de si próprio ou do parceiro. Transtornos parafílicos são parafilias que causam angústia ou problemas com o desempenho de funções da pessoa com parafilia ou que prejudicam ou podem prejudicar outra pessoa.
Existem muitas parafilias. O foco da parafilia pode ser uma variedade de objetos, situações, animais ou pessoas (como crianças ou adultos que não deram consentimento). A excitação sexual pode depender do uso ou presença desse foco. Quando se estabelecem estes padrões de excitação, habitualmente no final da infância ou perto da puberdade, eles tendem a durar por toda a vida.
É frequente algum grau de variação nas relações sexuais e nas fantasias de adultos saudáveis. Quando as pessoas concordam mutuamente em praticá-los, os comportamentos sexuais pouco habituais que não causam prejuízo podem integrar uma relação amorosa e carinhosa. No entanto, quando os comportamentos sexuais causam angústia ou são prejudiciais ou interferem com a capacidade da pessoa de desempenhar funções em atividades rotineiras, eles são considerados um transtorno parafílico. A angústia pode resultar das reações de outras pessoas ou da culpa da pessoa por fazer algo socialmente inaceitável.
Os transtornos parafílicos podem comprometer seriamente a capacidade de atividade sexual afetuosa e recíproca. Os parceiros das pessoas com um transtorno parafílico podem sentir-se como um objeto ou como se fossem elementos sem importância ou desnecessários na relação sexual.
Os transtornos parafílicos mais comuns são
Transtorno de exibicionismo
Transtorno de pedofilia
Transtorno de travestismo
Transtorno de voyeurismo
Outros incluem o transtorno de masoquismo sexual e o transtorno de sadismo sexual.
A maioria das pessoas com parafilias pertence ao sexo masculino e muitos deles têm mais de um tipo de parafilia. Algumas delas apresentam também um transtorno de personalidade grave, como um transtorno de personalidade antissocial ou transtorno de personalidade narcisista.
Algumas parafilias, como a pedofilia, são ilegais.
Lista de parafilias
Abasiofilia: atração psicossexual a pessoas com a mobilidade prejudicada, especialmente aqueles que usam aparelhos ortopédicos como tiras de perna, formas ortopédicas, tiras espinais, muletas, ou cadeiras de rodas.
Adstringopenispetrafilia: fetiche por amarrar pedras ao pênis.
Agalmatofilia: atração por estátuas.
Agorafilia: atração por copular (juntar/unir/aclopar) em lugares abertos ou ao ar livre.
Aiquemofilia : Prazer pelo uso de objetos cortantes e pontiagudos.
Amaurofilia: excitação da pessoa pelo parceiro que não é capaz de vê-la (não se aplica a cegos).
Amphiboliafilia: atração ou excitação sexual por ambiguidades.
Anadentisfilia: excitação e prazer sexual por pessoas sem dentes.
Anemofilia: excitação sexual com vento ou sopro (corrente de ar) nos genitais ou em outra zona erógena.
Apotemnofilia: desejo de se ver amputado.
Asfixiofilia (asfixia autoerótica): prazer pela redução de oxigênio.
ATM (ass to mouth): prática em que o parceiro ativo, após o coito anal, leva seu pênis à boca da pessoa penetrada.
BBW: atração por mulheres obesas
Bondage: prática onde a excitação vem de amarrar ou/e imobilizar o parceiro.
Bukkake: modalidade de sexo grupal praticado com uma pessoa que "recebe" no rosto a ejaculação de diversos homens.
Clismafilia: fetiche por observar ou sofrer a introdução de enemas (clister-água no ânus).
Coleopterafilia: atração sexual por besouros.
Coprofagia: fetiche pela ingestão de fezes.
Coprofilia: fetiche pela manipulação de fezes, suas ou do parceiro.
Cock and ball torture: é uma atividade sexual BDSM sadomasoquista envolvendo os genitais masculinas.
Coreofilia: excitação sexual pela dança.
Crinofilia: excitação sexual por secreções (saliva, suor, secreções vaginais, etc).
Crematistofilia: excitação sexual ao dar dinheiro, ser roubado, chantageado ou extorquido pelo parceiro.
Cronofilia: excitação erótica causada pela diferença entre a idade sexo-erótica e a idade cronológica da pessoa, porém em concordância com a do parceiro.
Cyprinuscarpiofilia: excitação sexual por carpas.
Dendrofilia: atração por plantas.
Emetofilia: excitação obtida com o ato de vomitar ou com o vômito de outro.
Espectrofilia: prática medieval que consiste na excitação por fantasias com fantasmas, espíritos ou deuses.
Estelafilia: atração sexual por monumentos líticos (feitos de pedra) normalmente feitas em um só bloco, contendo representações pictóricas e inscrições.
Exibicionismo: fetiche por exibir os órgãos genitais.
Fetiche por balões: excitação ao tocar balões de látex (usadas em festas).
Fisting: prazer com a a inserção da mão ou antebraço na vagina (brachio vaginal) ou no ânus (brachio procticus).
Flatofilia: prazer erótico em escutar, cheirar e apreciar gases intestinais próprios e alheios.
Frotteurismo: prazer em friccionar os órgãos genitais no corpo de uma pessoa vestida.
Galaxiafilia: atração sexual pelo aspecto leitoso.
Gerontofilia: atração sexual de não-idosos por idosos.
Hebefilia (ver lolismo)
Hipofilia: desejo sexual por equinos (cavalos) .
Imagoparafilia: prazer em imaginar-se com alguma parafilia.
Lactofilia: fetiche por observar ou sugar leite saindo dos seios
Lolismo: preferência sexual e erótica de homens maduros por meninas adolescentes
Kosupurefilia: excitação sexual por Cosplay (filme/personagem).
Maieusofilia: ver pregnofilia
Masoquismo: prazer ao sentir dor ou imaginar que a sente.
Menofilia: atração ou excitação por mulheres menstruadas.
Moresfilia: atração ou excitação sexual por coisas relativas aos costumes.
Nanofilia: atração sexual por anões.
Necrofilia : atração por pessoas mortas
Nesofilia: atração pela cópula em ilhas, geralmente desertas.
Odaxelagnia: fetiche por mordidas.
Orquifilia: fetiche portestículos.
Panpaniscusfilia: excitação sexual por Bonobos (chipanzé).
Partenofilia: fixação sexual por pessoas virgens.
Pigofilia: excitação sexual por nádegas.
Pirofilia: prazer sexual com fogo, vendo-o, queimando-se ou queimando objetos com ele.
Podolatria: fetiche por pés.
Pogonofilia: fetiche porbarba.
Pregnofilia ou maieusofilia: fetiche por mulheres grávidas e/ou pela observação de partos.
Quirofilia: admiração ou excitação sexual por mãos.
Sadismo: prazer erótico com o sofrimento alheio.
Sadomasoquismo:prazer por sofrer e, ao mesmo tempo, impingir dor a outrem.
Sarilofilia: fetiche por saliva ou suor.
Sororilagnia: sexo com a própria irmã.
Timofilia: excitação pelo contato com metais preciosos.
Trampling: fetiche onde o indivíduo sente prazer ao ser pisado pelo parceiro.
Travestofilia: é o interesse sexual pelos travestis, isso é, pelas pessoas que se vestem com roupas associadas ao sexo oposto .
Tricofilia:fetiche por cabelos e pelos.
Urofilia:excitação ao urinar no parceiro ou receber dele o jato urinário, ingerindo-o ou não.
Vorarefilia: atração por ser engolido/devorado ou observar um ser vivo engolindo/devorando outro.
Voyeurismo: prazer pela observação da intimidade de outras pessoas, que podem ou não estar nuas ou praticando sexo.
Zoofilia: prazer em relação sexual com animais.
Fetichismo
(transtorno de fetichismo)
fetichismo é o uso de um objeto inanimado (o fetiche) como um meio preferido de produzir excitação sexual. O transtorno de fetichismo ocorre quando a excitação sexual recorrente e intensa decorrente do uso de um objeto inanimado ou do foco em uma parte não genital do corpo (como um pé) causa angústia significativa, interfere substancialmente com o desempenho de funções rotineiras ou prejudica ou pode prejudicar outra pessoa.
O fetichismo é uma forma de parafilia.
As pessoas com fetiches podem se sentir estimuladas sexualmente e satisfeitas de várias formas, como por exemplo:
Vestir roupas íntimas de outra pessoa
Vestir borracha ou couro
Segurar, esfregar ou cheirar objetos, como sapatos de salto alto
Se a excitação sexual se originar principalmente quando a pessoa usa roupas do sexo oposto (ou seja, traveste-se) em vez de usar as roupas de outra maneira, a parafilia é considerada travestismo.
É possível que a pessoa com transtorno de fetichismo não consiga realizar a atividade sexual sem seus fetiches. O fetiche pode substituir a atividade sexual normal com um parceiro ou pode ser integrado à atividade sexual com um parceiro complacente. A necessidade pelo fetiche pode ser tão intensa e compulsiva que pode consumir totalmente a vida de uma pessoa e destruí-la. Porém, na maioria das pessoas que têm um fetiche, seu comportamento não preenche os critérios de um transtorno porque não causa angústia significativa, não interfere com o desempenho de funções rotineiras nem prejudica outros.
Há muitos fetiches: fetiches comuns incluem aventais, sapatos, itens de couro ou látex e lingeries femininas. O fetiche pode substituir a atividade sexual típica com um parceiro ou se integrar ao comportamento sexual com um parceiro propenso. Comportamento fetichista menor, como adjuvante de comportamento sexual consensual, não é considerado um transtorno, pois desconforto, incapacidade e disfunção clinicamente significativos estão ausentes. Padrões de excitação fetichista mais intensos, obrigatórios e altamente compulsivos podem causar problemas em um relacionamento ou se tornam totalmente consumidores e destrutivos na vida da pessoa.
Fetiches podem incluir roupas do sexo oposto (p. ex., roupas íntimas femininas), mas se a excitação sexual ocorre principalmente do uso dessas roupas (i.e., vestir roupas do sexo oposto), em vez de utilizá-la de alguma outra forma, a parafilia é considerada transvestismo).
O tratamento do transtorno de fetichismo tem eficácia limitada. Ele pode incluir um ou ambos os tratamentos a seguir:
Psicoterapia
Medicamentos, como um tipo de antidepressivo denominado inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRSs)
Transtorno pedofílico
(Pedofilia)
Transtorno pedofílico é caracterizado por fantasias, impulsos ou comportamentos intensos ou recorrentes sexualmente excitantes envolvendo adolescentes pré-púberes ou jovens (geralmente = 13 anos); ele só é diagnosticado quando as pessoas têm = 16 anos e são = 5 anos mais velhas do que a criança que é o alvo das fantasias ou comportamentos.
A pedofilia é um forma de parafilia que causa danos a outros e, portanto, é considerada um transtorno parafílico.
Abusos sexuais contra crianças constituem uma proporção significativa dos atos sexuais criminosos relatados. Para adolescentes mais velhos (i.e., 17 e 18 anos de idade), o interesse sexual ou envolvimento contínuo com uma criança de 12 ou 13 anos de idade pode não atender aos critérios clínicos para um transtorno. Mas os critérios legais podem ser diferentes dos critérios psiquiátricos. Por exemplo, a atividade sexual entre uma pessoa com 19 anos e outra com 16 anos pode ser um crime e não um transtorno pedofílico, dependendo da jurisdição. As diretrizes diagnósticas em relação à idade se aplicam às culturas ocidentais, mas não a muitas culturas que aceitam atividade sexual, casamento e gravidez em idades muito mais jovens e aceitam diferenças muito maiores de idade entre parceiros sexuais do que nas culturas ocidentais.
A maioria dos pedófilos é homem. A atração pode ser por meninos, meninas ou ambos. Os pedófilos preferem crianças do sexo oposto, em vez de crianças do mesmo sexo, em proporção de 2:1. Na maioria dos casos, o adulto é conhecido da criança e pode ser membro da família, padrasto ou madrasta, ou uma pessoa com autoridade (p. ex., professor, treinador). O olhar ou o toque parece ser mais prevalente que o contato genital. Pedófilos podem ser atraídos apenas por crianças (forma exclusiva) ou também por adultos (forma não exclusiva); alguns só são atraídos por crianças vinculadas a eles (incesto).
Os pedófilos predatórios, muitos dos quais têm transtorno de personalidade antissocial, podem utilizar a força e ameaçar machucar fisicamente as crianças ou seus animais de estimação se elas revelarem o abuso sexual.
O curso da pedofilia é crônico e aqueles que a perpetram frequentemente desenvolvem abuso ou dependência de substâncias e depressão. Disfunção familiar generalizada, história pessoal de abuso sexual e conflito conjugal são comuns. Comorbidades incluem transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, transtornos de ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático.
Diagnóstico
Avaliação clínica
O uso extensivo de pornografia infantil é um marcador confiável da atração sexual por crianças e pode ser o único indicador do transtorno. Mas o uso de pornografia infantil por si só não atende os critérios para transtorno pedofílico, embora normalmente seja ilegal.
Se um paciente nega a atração sexual por crianças, mas as circunstâncias sugerem o contrário, certas ferramentas de diagnóstico podem ajudar a confirmar essa atração. As ferramentas incluem pletismografia peniana (homens), fotopletismografia vaginal (mulheres) e tempo de visualização dos materiais eróticos padronizados; mas a posse desse material, mesmo para fins de diagnóstico, pode ser ilegal em certas jurisdições.
Os critérios clínicos para o diagnóstico (com base no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition [DSM-5]) do transtorno pedofílico são
Fantasias, impulsos ou comportamentos sexualmente excitantes intensos e recorrentes envolvendo uma criança pré-púbere ou crianças (geralmente = 13 anos) presentes por = 6 meses.
A pessoa agiu sobre os impulsos, sofre ou sente-se significativamente prejudicada pelos impulsos e fantasias.
A pessoa tem = 16 anos e é = 5 anos mais velha que a criança que é o alvo das fantasias ou dos comportamentos (mas excluindo um adolescente mais velho que está em um relacionamento contínuo com alguém com 12 ou 13 anos de idade).
A identificação de um paciente com potencial pedófilo às vezes representa una crise ética para os profissionais de saúde. Entretanto, profissionais de saúde têm a responsabilidade de proteger as crianças na comunidade. Os médicos devem conhecer as exigências de relato dos seus estados. Se os médicos têm suspeitas razoáveis de abuso sexual ou físico infantil, a lei exige que isso seja comunicado para as autoridades. Os requisitos dessas denúncias variam em cada estado (ver Child Welfare Information Gateway).
Tratamento
Psicoterapia
Tratamento dos transtornos comorbidos
Tratamento medicamentoso (p. ex., antidepressivos, ISRS)
Terapia de longa duração individual ou em grupo é quase sempre necessária e pode ser especialmente útil quando fizer parte de tratamento multimodal que inclua treinamento de habilidades sociais, tratamento de comorbidades com distúrbios físicos e mentais e tratamento medicamentoso.
O tratamento da pedofilia é menos eficaz quando imposto judicialmente, embora muitos abusadores sexuais condenados se beneficiem dos tratamentos, como psicoterapia em grupo mais antiandrógenos.
Alguns pedófilos que se comprometem com o tratamento e o monitoramento podem evitar a atividade pedófila e podem ser reintegrados à sociedade. Esses resultados são mais prováveis quando nenhum outro transtorno psiquiátrico, especialmente transtornos de personalidade, está presente.
Fármacos
Nos EUA, o tratamento de escolha para pedofilia é
Acetato de medroxiprogesterona IM
Bloqueando a produção pituitária do hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo-estimulante (FSH), a medroxiprogesterona reduz a produção de testosterona e, portanto, reduz a libido. As doses típicas são medroxiprogesterona, 200 mg, IM, 2 ou 3 vezes/semana, por 2 semanas, seguida de 200 mg, 1 ou 2 vezes/semana, por 4 semanas e, então, 200 mg, a cada 2 a 4 semanas.
O agonista do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), leuprolida, que reduz a produção de pituitária de LH e FSH e, assim, reduz a produção de testosterona, também é uma opção e requer injeções IM menos frequentes (em intervalos de 1 a 6 meses) do que medroxiprogesterona. Mas em geral o custo é consideravelmente mais alto. Acetato de ciproterona, que bloqueia os receptores de testosterona, é utilizado na Europa. Níveis séricos de testosterona devem ser monitorados e mantidos no intervalo normal feminino (< 62 ng/dL) em pacientes do sexo masculino. O tratamento é geralmente de longa duração, pois fantasias desviantes costumam recorrer semanas a meses após a descontinuação do tratamento. Testes de função hepática devem ser feitos, e PA, densidade mineral e hemograma completo devem ser monitorados conforme necessário.
A utilidade de antiandrógenos em mulheres pedófilas é menos bem estabelecida.
Adicionalmente aos antiandrógenos, os ISRS (p. ex., doses altas de fluoxetina, 60 a 80 mg, 1 vez/dia, ou de fluvoxamina, 200 a 300 mg, 1 vez/dia) podem ser úteis.
Os fármacos são mais eficazes quando utilizados como parte de um programa de tratamento multimodal.
Sugestão de site complementar do assunto de saúde mental.
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos
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Este vídeo de um areportagem do Fantástico tra´s um areflexão sobre como o Perverso perde a noção de limites
A perversão é um desvio de comportamento, apontado pela psicanálise como um dos tripés das psicopatologias, juntamente com a neurose e psicose. Popularmente, o termo é utilizado para indicar uma espécie de "depravação sexual", mas os especialistas trabalham num campo muito mais amplo.