Fala-se que a psicanálise é uma ciência-arte.
Fala-se que a psicanálise é uma ciência-arte. Ciência, porque ela é fundamentada em concepções psicológicas, muito bem embasadas e comprovadas, as quais devemos estar intimamente familiarizados. É arte (daí sua diferenciação com as outras psicoterapias), porque a sua técnica, a sua maneira de praticar, é algo, transcendental, como se deixasse levar pelo fluir energético, que brota do vínculo analista–paciente, que transforma o setting analítico num local de transformações, mas de uma forma não doutrinária ou pedagógica e sim espontânea, vivencial, natural e emocional.
Falar sobre clínica psicanalítica de uma forma teórica, não é uma tarefa muito fácil, já que dentro do consultório o que menos usa o analista são seus preceitos teóricos conscientes, e o que mais usa é sua empatia e intuição, além de suas vivencias contratransferenciais. E esta maneira de “ser” psicanalítica, mais se aprende vivenciando-se na sua práxis, do que estudando na teoria. Daí a importância tão propagada da análise didática e das supervisões, onde o analisando terá a oportunidade de vivenciar e introjetar uma função psicanalítica, assimilando-a, passando a “ser” psicanalista de si mesmo, numa auto-análise.